06/12/2009

Lembrança?

Este labirinto acizentado, de cimento e fumaça, de tédio e cansaço.
Que não sabe quem sou, ou, pra onde vou. Esta cabeça baixa,
cabisbaixa, que já não tem pra onde olhar, e que se esquece de
chorar, de amar, mais o maior pecado é esquecer de viver, é
deixar-me submeter, mas oque é a vida? se não essa submissão de
nós para com a nossa vontade, os nossos egoísmos, anceios e medos,
dúvidas e calafrios que rondam todo o tempo sem cessar, e que nos
deixa amarrados, sem ter tempo pra respirar, as vezes a vida parece
curta demais, as vezes parece já ter durado tanto, e a submissão de
nós para com as coisas neste pérfido mundo, mundano e cheiroso, como
um cangote de prostituta, como o gosto da cerveja, a vida, amarga e
vertiginosa, que me atira a sorte no fogo e me cospe o azar na cara,
e ainda assim, dentro deste mundo "mono", dentro deste mormaço,
ainda, por enquanto, tenho motivos pra sorrir. Enquanto houver vida
não haverá destino, e quando meu destino bater na porta, tudo que
restará será lembrança... lembrança?

22/04/2009

la la la

A necessidade de criar, de sentir-se inserido dentro de algo, cujos objetivos são completamente humanos, a avidez da vida diante de nossos anceios, a fuga da morte cotidiana, e a vertigem incerta, de dias onde a única certeza são repetições, a perspectiva dentro de um só plano, uma pseudo-perspectiva, o mormaço que paira sobre nós, que nos diz tudo sem dizer absolutamente nada, vivemos a prolixidade de dias neutros, onde não há infelicidade, nem felicidade, a vida funcional é o pior dos venenos, e um cansaso que não nos impossibilita, é uma sobrevivência... a arte, o alcóol o andar em meio a multidão solitária, leva-me a um mundo estranho, onde a realidade não é corrompida pela alienação, como é possível fugir da alienação fugindo da realidade?... como posso me interessar por todas essas coisas tão inúteis aos olhos da sociedade, tanto egoísmo que ronda o coletivo, e eu aqui, com este egoísmo que nada mais é que uma fuga, um ato talvez covarde em que sou impelido através de dias que seguem sem graça, parece que a vida não é o amor e a liberdade, mas sim a vontade negada, a vontade sanada e a vertigem, e depois mais vontade negada e mais vertigem...e então talvez seja isso o amor... a vontade, um querer, que é incompleto que foge um pouco da razão, e que nos leva a vertigem... somos incompletos por natureza e, ainda assim perfeitos... esta liberdade estranha, este amor estranho, e a felicidade que é um "mais querer, que poder de fato"... as coisas em minha volta parecem "mais querer que poder de fato!" que controle possuimos sobre nossas vidas? oque somos nós além da incerteza, do medo, e da má fé... somos a incerteza o medo e a má-fé e vivemos certos no cotidiano, corajosos na covardia e sinceros na alienação... oque somos?...

22/02/2009

ah

não dizer oque deve ser dito
não fazer oque deve ser feito
não conseguir nada nunca
resistir e perder
perder e não se importar
querer e não tomar atitude
viver o não-ser sem fim
viver sendo não-ser